Reciclagem
Reutilização
do PU -
As sobras da produção de solados de PU podem ser granuladas e reutilizadas
em processos de injeção, na produção de solados não celulares. Os rejeitos
granulados de processos RIM podem ser moldados por compressão em temperaturas
elevadas para a produção de novos artigos. Nos processos de fabricação de
espumas flexíveis em bloco, as espumas resultantes de perdas podem ser retalhadas
e vendidas para enchimento de travesseiros e almofadas; ou misturadas com
um adesivo, que normalmente é um prepolímero de poliol polieter triol e TDI,
e a seguir prensadas para a obtenção de blocos de espuma regenerada, que retornam
ao processo para serem cortados e reutilizados (Capítulo
3), ou usados como base de carpetes. Rejeitos de espuma rígida podem ser
granulados para absorção de óleo derramado, ou aglutinados com MDI para formar
placas para pisos de ginásios esportivos ou na construção de navios. Outra
opção usada em diferentes processos é a mistura, como carga ao componente
poliol, de 5 a 10% (alguns casos até 25%) do PU rígido finamente cortado.
Reciclagem
química - Na
reciclagem química, polímeros contendo grupos carbonila podem ser decompostos,
resultando em novos reagentes. Resíduos de PET (poli tereftalato de etileno
glicol), empregado na fabricação de fibras poliéster ou garrafas de refrigerantes,
na forma de grânulos moídos podem ser submetidos à reação de trans-esterificação
(Figura 1) conduzida em temperatura de 216°C por cerca de 6 horas, com dióis
de baixo peso molecular [etileno glicol (MEG), polipropileno glicol (MPG),
mistura de MEG e MPG, dietileno glicol (DEG), dipropileno glicol (DPG), etc]
resultando em polióis poliésteres aromáticos (Capítulo
2) utilizados na fabricação de espuma rígida de PU (Capítulo
5).
RCOOR’ + HOR’’OH ® RCOOR’’OH + R’OH
Figura 1 – Glicólise da ligação
ester
Num exemplo do processo, os resíduos de PU base poliol poliéster, como sobras da produção de solados, cortados em pedaços de 2 a 5 mm, são aquecidos a 220°C, na presença de dióis de baixo peso molecular (MEG, DEG, etc), para que ocorra a reação de trans-esterificação, resultando num produto hidroxilado de baixo peso molecular, que pode ser reutilizado misturado em proporções de 5 a 10% (alguns casos até 20%) ao componente poliol, na fabricação de novos solados.
Rejeitos
de espumas rígidas, espumas flexíveis, RIM e elastômeros microcelulares, podem
ser digeridos pelo processo de glicólise, onde a ligação uretânica é quebrada
por dialquileno glicóis de cadeia curta como (MEG, DEG, 1,4-butano diol),
resultando em polióis reutilizáveis. Um exemplo do processo consiste na digestão
do material moído com um peso igual de uma mistura 90/10 de um dialquileno
glicol e dietanol amina a 210°C por várias horas.
RNHCOOR’ + HOR’’OH ® RNHCOOR’’OH + R’OH
Figura 2 – Glicólise da ligação
uretano
A
glicólise da poliuréia forma polióis de cadeia longa e aminas aromáticas como
subprodutos (Figura 3). Estas aminas podem atingir cerca de 10% da quantidade
de poliol, dependendo da natureza química do PU e do processo de glicólise.
Certas aminas aromáticas podem ser carcinogênicas, como a 4,4'-MDA, e são
altamente reativas. Elas podem ser eliminadas por reação posterior com óxido
de etileno (EO) ou prolileno (PO) (Figura 4).
RNHCONHR’ + HOR’’OH ® RNHCOOR’’OH + R’NH2
Figura 3 – Glicólise da ligação
uréia
R’NH2
+ CH2(O)CH2CH3 ® HOCH2(CH3)CH2N(R’)CH2(CH3)CH2OH
Figura 4 – Etoxilação de amina
com óxido de propileno